Ela gostava de se despir frente ao espelho.
Sentia-se muito interessante e toda noite
dormia apertando suas pernas.
Era como ter um universo no ventre.
Desejava, planejava e tinha tudo aquilo
que queria na noite. Dançava e se consumia
aos beijos e trocas de olhares.
Queria sempre àquilo que era mais bruto,
aquele tipo de pessoa de personalidade,
de postura acertada.
Uma vez, esteve em lado oposto.
E descobriu que de nada valia, o amor é
egoísta e gosta da simples presença da
pessoa e não é preciso que a outra
sinta o mesmo.
E a partir daí, esteve ciente que suas asas
poderiam ser abertas e que as outras pessoas
de mais nada valiam.
Continua a se olhar no espelho, a concentrar
o mundo em seu ventre, porém seu coração
bate como radar e sabendo onde seu outro
par se encontra, com o soprar do vento sente
o hálito do seu amore que tanto almeja ter.
E novamente os amantes se encontram,
como o deserto, que sente saudade da chuva.
E assim, acompanhada ela dorme...
(Breves tormentos - 13/01/2009)
Nenhum comentário:
Postar um comentário