quarta-feira, 15 de março de 2017

Honey eyes

Eu fui covarde e tive medo de ser só seu. 
Acreditei em falsas promessas, em devaneios 
e as frestas de barcos que afundaram antes de descer o rio.
“E sonhei penhascos” com jardins exuberantes ao meu lado. 
Com doces odores tendo nas mãos os sabores de frutas 
e do amor que tivestes por mim.
Sem piedade pisei nas flores, nos ramos e os abandonei, 
não quis enfrentar o peso da responsabilidade e me arrependi.
Quis voltar ao jardim, mas o jardineiro havia fechado os portões 
a cadeado e os muros eram muito altos para escalar e as 
proteções fortes demais para não me deixaram entrar.
Sendo completamente compreensível que os muros endurecessem, 
corri atrás de me fazer ser visto, para notarem a minha presença, e 
afastado fiquei, excluído, camuflado. 
Mas o canteiro por nós dois construído foi crescendo, mesmo
bagunçado, mesmo deixado de lado. 
E as ervas nativas tomaram conta de todo o cercado 
e a flores em abundância, que escapam aos limites, atiram-se a todos os lados. 
Uma árvore sobe com sua copa jovem aos céus e estica seus braços 
para dar conta de toda a luz que recebe.
Nela há um ninho com vários filhotes e eles cantam, 
cantam todos os dias.


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