segunda-feira, 24 de julho de 2017

Bahia vida

Inverno.
Bahia.
Aprendendo a andar com minhas próprias pernas e à frente um mundo por desbravar a dentadas.
"Me pediram para escrever um texto sobre a Bahia, mas eu [ainda não] nunca fui a Bahia".
Me desculpe Drummond, e àqueles que se escondem por detrás de suas poesias, mas não ir a Bahia é um sacrilégio, e pronto!
À Bahia devo a minha percepção quanto a minha castração, aquela que eu mesmo estabeleci para mim.
Aquela que enfraquece ao corpo fazendo com que fiquemos pensando em projeto a se fazer, quando a vida acontece ao seu lado e ri de sua covardia.
Assim, a vida é a coisa mais importante no inverno, momento da questão de suspensão comum e completamente importante no momento, pois evidencia o plantio de sementes e de aprendizado consequente. A morte, a vida. Tudo espancado à face. Os problemas que vomitamos ao conforto de nossas músicas e comportamentos agradáveis. A vida se faz à frente e não na mente. Na mente dormem os medos e os medos apenas servem à covardia como súditos de sua lascívia sanguinolência humana. Uma tartaruga morta me olha na praia e eu me acovardo. Sues olhos inexistentes parecem olhar minha insignificante figura, em pueril efervescente vibração de saudade com o que me é tão delicioso, o mar.
Me ajuda, Bahia, o desespero gritava!
As coisas são duras por aqui, não há carinho na cabeça.
O cafuné é delicioso, mas é áspero como os corais no litoral.
O mar golpeia as rochas que estilhaçam-se nas areias, as baleias, as mortes expostas sem vergonha. Clara e incidente. O espaço externo parece ser imenso e a província dos vales parecem pouco, muito pouco ao corpo que em espasmos faz de seu corpo o receptáculo de tudo o que o rodeia.
Bahia vida,  Bahia de todos os santos!
De águas das mães de minha cabeça, corpo, sexo, mente.
A violência é viver.
Fazer a vida vida e mais do que urgente, é gozo!
Goza comigo?
Vem gozar no corpo de Yemanjá, que é mãe dos prazeres. Origem de todos nós. O mar é imenso e eu?
Eu?
Insignificante.

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