I fell so sad

Estou cansado de mim mesmo. Dá para mudar de brincadeira? Cansei de brincar! Ah! Se a vida fosse assim, uma decisão simples e tudo muda. Cansei dos meus antigos recentes problemas. Estou cansado de escrever sobre o mesmo. Preciso de uma outra coisa, uma nova coisa, um novo sujeito de quem falar que não seja mais de mim, fico sentindo este local como um espaço de descrição pessoal, como se fosse algo biográfico apenas. Quero novas coisas, destas que inventamos, tipo nomes e palavras com vogais trocadas, neologismos, onomatopeias. Preciso de invenções momentâneas e eternas, em quebra total e miscigenação de dualismos, antagonias. Sinto falta de mim, uma saudade,sabe? Agonia? Oroboro dus infernos, detesto o infinito, somos todos perecíveis, carne em putrefação. Saímos do ventre de nossas mães morrendo, reduzindo a cada dia nosso prazo de duração. Como se o que sou agora já não me lembrasse mais de quem sou, mas será que já soube a respeito disso? Sou quem? Quem sou? Não tenho a mínima ideia. Não sei o que quero, o que sou, o que tomo, como , quando, como, quem. Sou limitado e, muitas vezes, pela minha total falta de pulso comigo mesmo, com o meu desejo. Minha frouxidão com a vida. Sinto que não estou presente enquanto as coisas acontecem. Percebo-me a parte disso. Como se estivesse só de passagem observando tudo ao redor acontecendo e eu, aqui, perdido. Cobranças fajutas, conversas miúdas, mediocridades que realmente não me interessam de maneira alguma. Triste, hoje é um dia muito triste. Recebamos a tristeza com o mesmo cuidado da alegria, vendo-na com bastante atenção e sentindo-na em toda a sua inteireza e completude.