domingo, 17 de janeiro de 2016

Como negar o por quê?

Ver-te em fotografias e não querer vê-lo.
Estar por perto e desviar a direção de meu corpo.
Fico na dúvida de saber se viro por mim ou por você.
Sorrisos tão distantes, desencontros.

Pela primeira vez acho que fico por mim, para mim!
E as coisas que faço e que não fiz por você
parecem tão injustas agora, tão duras.
A garganta dói só de lembrar da sua voz
e canta músicas que não quero mais lembrar.

Como nestes dias que não pararam de chover,
desaguo solitário ao pensar que agora quero estar livre.
E como tem de ser, preciso me livrar de você.
Mas este sentimento vai comigo para sempre.
 
Como tem de ser, eu estou indo, amor, 
fecho a porta, pois agora é meu momento.
Preciso continuar o caminho, construindo minhas pernas.
Quem sabe com novos passos, novo corpo,
nos vemos nas ruas de algum lugar?

Saiba que mesmo ausente estou mais presente,
impossível de alguma forma mensurar.
São sentimentos que não pedimos, tomam-nos de assalto
e seguem silenciosos a sua longevidade latente.

Isso é ainda indispensável de ser trabalhado.
A lembrança e certeza de veracidade da recíproca
atordoam meus passos e não permitem-me à mentira.
Não posso permitir que a mentira seja mentora disso.

A sinceridade de sentimentos é a primeira que não tenho
direito de enganar. A mim! Não quero mais enganos.
Eu sei que não terei como ter tudo e agora  prefiro viver isso livre.
Eu sei que você você brincou com meu coração, mas você continua
sendo tudo para mim e não tem nada errado nisso.

Eu estou em ruínas e arruinaria você.
Quando estamos amando é muito fácil lutar.
Fui culpado de coisas que não fiz,
acusaram-me de viver algo que nunca vivi.
E de repente tudo cai  como folha de uma árvore.

Parecem ser coisas que quis fazer e você vastidão.
Um tempo tão presente que  de súbito, inesperadamente,
reaviva-se em mim e é tão clara a sensação.
Como fazer algo usando máscaras para esconder
e fingir ao que qualquer um consegue ver.

Não há como fazê-lo, ainda mais em tempos que tudo
o que fazemos é posto a circular por vias virtuais inquisidoras
e desnecessariamente expositivas, contudo
o intento de agora e afirmar algo que ainda não pode ser posto,
mas sinto que, nestes vários milhares de universos existentes, 
estamos lado a lado agora.

Sei que o que sinto é tão real que te faz presente
aqui, neste instante, e sei que podes ver-me sempre.
Assim que quiseres lembrar de mim é só querer
que estarei, aí, aqui, onde for com você.
Em breve estarei contigo, fisicamente, aí, neste
momento você saberá o porquê.



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