segunda-feira, 5 de junho de 2017

De blusa linda e a boca vermelha

Vejo fotos suas.
As fotos não traduzem um todo que me deixa alheio.
Acredito serem formas virtuais de algo que parece plástico.
Acho estranho como me sinto por inteiro, estranho, estrangeiro.
Não sei mais o que admirar.
Perco a noção de tempo e vejo de um outro meio o caminho,
um trajeto, quase o itinerário inteiro de décadas que se esvaem em segundos, como se ontem fosse agora. E você, aqui, com seu corpo sob o meu a transpirar, pirando, pedindo para que eu fodesse você com mais calma. É que o desejo era maior do que qualquer controle racional e amar você era bom demais para reduzir a intensidade.
Sempre fomos bons amantes.
Deseja-me profundamente e eu amava-te à loucura, minha mais próxima amiga e traiçoeira companheira.
Mas as coisas da fortuna são mais caóticas que os próprios acontecimentos que me tomam.
Sou apaixonado pela vida, me apaixono por ela, mas agora me sinto acovardado.
Hoje poderia estar na sua, independente, livre, mas tenho receio.
Não sei se me teria inteiro, já não sei mais se quero viver a amar.
Acreditei por muito tempo nisso, mas não sei se ainda sou capaz.
Vi fotos suas, me senti com tanta vontade de você.

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