Para ouvir junto!
https://www.youtube.com/watch?v=9fyci_q2TH0
Solto, acordaram-me às massas, largado, deixado de lado.
Se eu te chamar agora você irá me responder? Está me ouvindo aos berros?
Tenho medo como qualquer pessoa, mas acredito no poder da conexão com a vida.
Estou ligado, espero-te no horário marcado, mas esquece-se sempre.
Estou aqui, você aí, vamos os dois andando.
Tudo segue o seu caminho olha nós dois, aqui?
E se fizéssemos uma loucura, atravessássemos a rua e pegássemos o primeiro táxi para qualquer lugar, assim, sem menor direção?
Não sei mais no que pensar, sinto que estou para além de algo que achava ainda morto.
Zumbis para todos os lados, faria o quê?
Sempre existirão outras coisas?
Uma vez ganhei uma revista, daquelas bem boas e grande, presente dos mais importantes. Já havia querido uma foto dela, usei-a. Será em mim gravada, fogo!
Lá vem novamente das cinzas, mais uma vez, achando que é a novidade da paróquia.
São chamas que queimam o corpo, sabe? Acho que podes me compreender.
Ultrapassando a distância de minha cabeça e esta máquina, máquinas de máquinas, que se digladiam por teclas, peles, carne, sangue, ossos/moléculas, existe o vazio.
Estou em reforma.
Resolvi parar tudo e mudar.
Percebi-me não sabendo, sem vê.
Nada consigo saber de nada.
Sabia que irei discotecar naquele bar que você gosta?
Acho fraco meu argumento na tese, sabe?
E o que que tem em ser medíocre?
Que medo teríamos de sê-lo?
Medo. Novamente falamos nisto, acho que esta palavra casa-se com angústia, mais outra linda palavra da autoflagelação humana e adorada pelo discurso contemporâneo.
Seu copo está ficando quente, lembra de meus olhos quando nos vimos pela primeira vez?
Tomei um remédio para a gripe. A pimenta secou e tive de jogar fora.
Fiz um novo vídeo, aqui de dentro de casa.
Estou com saudades de caminhar pela noite nas ruas, ver desconhecidos e sentir-me um deles, invisível.
Ser algo?
Uma vez disseram-me que eu era como um espírito de capa preta, como um sujeito que tenta fazer-se invisível.
... sei lá, não posso mais.
Tem medinho, né?
Como posso negar, uai?
Ai, lá vem você com sua mineirice caipora, aliás, caipira.
Dancei, hoje, dancei como se não pudesse mais sentir meu corpo, joguei ao espaço.
Sorriso bobo.
Você parece uma daquelas figuras hippies e que hoje estão largadas na por aí.
Meu cigarro acabou!
Tome os meus, vou ao banheiro.
Quer cerveja?
Amanhã irei ao dentista, acho que tenho uma cárie.
Dois anos que não vou.
Nó, tenho de levar meus textos ao professor, deixa a chave do carro!
De trigo?
Abaixa a tampa.
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