sábado, 31 de agosto de 2013

Vou-me, então!

#1

Como posso fazê-lo comigo.
Como manter um fluxo sem deixar
pelo caminho, como se fosse desmantelando-me, pedaços de mim
durante a caminhada.
Mais uma vez!
Então, persigo o caminho muito conhecido, os mesmo aromas
os mesmos equívocos.
Um beijo que ficou a ser dado, um mundo parado.
Tudo congelado, frio.
Incertezas sem respostas, medo.
EU TENHO MEDO, PORRA!
Minha pele já conhece esta sensação de grande desarranjo, mas
novamente meu peito é usado como latrina.
Mijem em mim, sou vaso sanitário?
O pobrezinho, coitadinho, menininho, bebê.
Cansei!
Sou um homem com o peito em frangalhos, dói-me tudo.
O que faço, fiz, como saber de tudo.
Não tenho esta vã e insana pretensão.
Solto, livre, perdido.
Não tenho como mais, não quero este engodo por muito tempo.
Não vou mais, não quero mais, não sou assim, não posso ser
capacho disto.
Não consigo, não pretendo ir mais além disto.
O que acontece?


#2

Cada centímetro de meu corpo se enrijece e relaxa.
Encho meus pulmões de ar que corta-me por dentro.
Tenho a cara cansada, a pele velha, o álcool que ainda faz efeito em meu corpo.
Bebi!
Enchi a cara, vi a noite virar dia. Não consegui deixar a cabeça descansar.
Máquina acelerada à mil.
Estou atordoado, escancarado para quem quiser ver.
Porquê sou tão idiota?

#3

Vestem roupas alvas, intactas.
Uma pureza de figuras, o casal perfeito.
Sorriso colgate e roupas Ralph Lauren.
Perfumes mais caros e de fragrâncias proibidas.
Tudo que o dinheiro e o bom gosto podem dar a uma pessoa.
Na foto ficam impecáveis, mesmo sem cheiro, perfumam-se
para eternizar suas imagem.
Por traz de tudo isso...
Ela uma viciada em compras e fútil
Ele um homossexual reprimido e sofrido por não se assumir.
Uma falsa felicidade.
Vida fingida.


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